quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Review – Dragon Quest IV: Chapters of the Chosen (NDS)

A série Dragon Quest entrou na minha vida em um momento de procura, onde com o Game Boy Color nas mãos eu já estava cansado de só focar em Pokémon. Ao revistar as minhas diversas edições da Nintendo World a busca era por um RPG de destaque (gênero que até então continuava a crescer dentro de meu coração), e foi ao ler uma dupla página sobre o remake do 3º episódio da franquia para o portátil que eu me decidi. Durante e após a aventura eu já o havia estabelecido como um de meus favoritos.

Mas e quanto a seqüência cronológica?






História (7.5/10): Sobre as nuvens um Deus Dragão nos protege – contam aqueles ao meu redor

Chapters of the Chosen entra na franquia como o princípio para uma nova trilogia. Zenithia, como é conhecida, envolve os episódios IV, V e VI, contudo, não se há necessidade de jogar o trio em ordem seqüencial alguma, pois os mesmos dispensam laços fortes e necessários para um entendimento completo de seus enredos singulares.

Diferente do 3º episódio o aqui citado dissipa a antiga fórmula genérica para os acompanhantes de seu Hero (herói) e cria capítulos específicos para cada membro em particular, onde a trama do jogo faz o trabalho de desenvolver uma própria trilha ao destino direcionado à epopéia central.

Para quem conhece a série de longa data já é compreendido que, principalmente, por ser um episódio antigo as raízes de algo humilde, mas ainda assim altamente carismático, são fortes. DQ IV também faz o favor de não lhe atribuir à uma chuva desnecessária de informações, que por ventura possam vir a lhe afastar da compreensão de tudo que se ocorre, ao contrário, o jogo é muito tranqüilo neste aspecto.
"Após uma catástrofe um jovem começa a ser desviado ao desfecho de sua própria origem, sem saber que em suas mãos estaria o principal feixe de uma luz chamada esperança.

Ao norte, sul, leste e oeste deste mundo, outros, por ventura de um mesmo destino fatídico, se encontram guiados pela mesma trilha. A verdade é que todos são heróis, onde unificados são suficientemente fortes para livrar-nos de todo os males."
De forma a instigar o jogador o próprio título lhe propõe uma busca por informações, seja com NPCs (personagens não jogáveis), seja com livros espalhados pelo mundo. Você pode receber uma notícia que lhe ajudará a seguir adiante, ou revelará um segredo, da pessoa que você menos esperar. Isso é uma boa forma de interação com o jogador, e também incorpora um charme a mais no conhecimento deste mundo.

Gráficos (8.5/10): De CD ao cartão, há a mesma satisfação

Apesar de ter sido lançado posteriormente ao grande revolucionário deste quesito (DQ VIII) a ArtePiazza resolveu apenas incorporar uma evolução que já havia dado certo no passado. Os gráficos aqui utilizados são uma união entre os sprites que já bem conhecemos com a 3ª dimensão; No caso do 3D ficam os cenários das cidades (muito bem representados pela divisão das telas), e alguns momentos muito específicos da trama, onde o trabalho de portar esta ideia, oriunda do remake para Playstation, fica tão evidente quanto destacado, mostrando um capricho muito bem vindo à série.


Comercial da versão japonesa de DQ IV para PS1: o 1º remake da série a utilizar tais gráficos

O design dos personagens ao todo é assinado, caso você desconheça, por Akira Toriyama, pai de Dragon Ball. Muitos relatam que seus desenhos são simples e de traço unificado, mas a verdade é que uma grande melhora pode ser conferida neste remake. Também pudera, são nada mais que 18 anos desde seu trabalho para a versão do Famicom.

As animações de monstros em batalha fecha o grande destaque em relação aos gráficos, e como um porém, fica o fato de não sermos capazes de, numa forma simultânea, controlar e assistir nossos personagens com o mesmo estilo de movimentos dos inimigos – padrão em maior parte da franquia.

Sons (9.0/10): Atualização de uma performance de prazer clássico

Ao menos no quesito de composições ao título, Chapters of the Chosen se destaca brilhantemente. Para mim é sempre de um prazer muito grande acompanhar o trabalho de Koichi Sugiyama, nome vinculado à série desde seu fundamento. Seu trabalho aqui apresentado também emociona, e mesmo trazendo faixas e temas conhecidos, há destaques, como ambas "Gypsy Dance" e "Comrades".

O próprio mestre em comando do Symphonic Suite DQ IV, uma homenagem ao título original de 90

Ainda relutando ao aspecto contemporâneo o título não abriga uma dublagem sequer para seus protagonistas e demais personagens, permanecendo preso ainda mais na nostalgia. Todos os outros efeitos em batalha e fora das mesmas são igualmente vistos nos demais títulos da série, então é outro caso de se permanecer na sua segurança agradável.

Jogabilidade (8.0/10): Ponte entre tradição e omissão

Voltando mais uma vez aos personagens temos uma espécie de retrocesso, mas vamos entendê-lo: No jogo antecedente deste possuíamos o livre arbítrio em desenvolver uma profissão aos acompanhantes de nosso protagonista, mas que aqui inexiste. DQ IV não lhe dá uma liberdade maior no desenvolvimento de seus personagens, onde quem nasce como um mago morrerá um. Porém isso é compreensível e está ligado de forma direta e necessária ao enredo, além de que, o leque de opções não é pequeno, e cada um dos membros pode ser devidamente útil em momentos específicos do jogo.

Ao lembrar de desenvolvimento recordamos da parcela deste nome à retirada do Party Talk nas versões ocidentais deste remake. Pelo recurso seria possível desenvolver uma melhor concepção na personalidade de cada um dos 8 integrantes do grupo. O motivo pelo qual a Square Enix decidiu excluir isto daqui é inexplicável, pois nenhuma que seja a desculpa taparia este elemento benéfico ao jogo.

Em suma este episódio, como qualquer outro na série, é um fácil de se pegar e aprender, principalmente com a ajuda de uma interface simples mas ainda clara, que objetiva o jogador a achar o que necessita de forma rápida, graças é claro pelo bom uso do DS. Não há tempo difícil com Chapters of the Chosen, e eu digo isto sério! quando o relógio alcançou as 26hrs eu já havia terminado o modo principal sem muito do esforço, e isto é uma pena, pois também é um caso onde tive mais trabalho, e eventual prazer, com o episódio anterior. Isso pode ser algo retratado a partir daqui, pela ArtePiazza digo, e não proveniente do original – o que se for verídico torna-se uma lástima.

Nos embates há de se reconhecer que o jogo também possui seu valor estratégico, ainda que a base seja a mesma de todos os outros episódios: quando um grupo de inimigos grande se forma (o que ocorre quase sempre) você tem a opção de atacá-los, mas não um indivíduo separado, ou seja, sua escolha para causar algum tipo de dano corporal se torna aleatória, e só algumas magias/habilidades/itens possuem um alcance total sem esta regra. Saber escolher as melhores opções entre todo o conjunto dos personagens, incluindo equipamentos, se torna a chave para acabar com um duelo de forma rápida e vitoriosa.

Comentários Finais: Dragon Quest IV: Chapters of the Chosen mostra o potencial do portátil em abrir a trilogia Zenithia com um uso inteligente de suas características para o jogador. É uma pena porém sermos vítimas de um pequeno descaso pela própria detentora da marca, que por sabe-se lá o que decidiu retirar um modo tão interessante como o Party Talk – coisa a qual ela redimi-se a partir do próximo capítulo, Hand of Heavenly Bride.

Há ainda o valor dos extras para se aproveitar após o término da aventura principal, e a verdade é que são pouco atrativos. Nem mesmo a tão divertida coleção de mini medals se torna possível ao completo sem a ajuda de um amigo com outro DS e outra cópia do jogo, que ainda combinado, traz o também proveito de um outro minigame.

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Um novo do velho com sentimento enraizado às origens, uma aventura imperdível para fãs, e uma igualmente prazerosa aos marinheiros de primeira viagem. Zenithia recebeu mais um retrato, iniciando ao DS a trilogia de forma satisfatória o suficiente para se destacar.

Nota final: 8/10

4 Comentários:

Anônimo disse...

Brother, terminei esse jogo há pouco tempo no DS, e fiquei emocionado com o seu review! Belo texto, que me incentivou a jogar o próximo capítulo da trilogia! ^^

Hazuki disse...

Muito obrigado DropeX! eu quem fico muito feliz quando minhas resenhas atingem os leitores dessa forma. Confesso que eu mesmo não estou satisfeito com DQ IV do DS, mas não digo isso de forma ruim, mas sim pela saudade que já estou do título.

Estou me segurando aqui pra não começar Dragon Warrior IV do NES! ou quem sabe, já pular pro 5º episódio assim como você. :)

Obrigado novamente pelo seu comentário!

Musashi disse...

Grande review Hazuki! Agora entramos na disputa, quem fará o primeiro review de DQIX? ^_^

Hazuki disse...

Esse vai ser uma disputa acirrada, o problema vai ser determinar quem vai terminar 1º, eu, você, ou o Citan. Isso contando tudo que o jogo disponibiliza! XD

Obrigado igualmente Musashi! ;)