quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Square Enix perdida nessa geração?



Quando o assunto são os portáteis, a Square Enix vai muito bem, tanto no DS quanto no PSP a empresa mantém uma boa lista atual de títulos, formada por ótimos remakes, continuações importantes e até mesmo muitas apostas originais, hoje a maior parte do catálogo da empresa está na palma de nossas mãos.

Porém assim que o foco muda e o assunto passa a ser os consoles de mesa nessa geração, vemos uma empresa que até o momento anda bastante confusa, com uma lista de títulos bastante humilde, e que parecem não ter uma identidade tão definida.

Em nenhum momento o comentário deve ser interpretado como uma critica aos jogos, não está em discussão a qualidade deles, sejam os vindos pela Tri-Ace (como Star Ocean IV e Infinite Undiscovery), o caso da tentativa de unir ocidente e oriente vista em The Last Remnant, que por sua vez fracassou nesse objetivo, a engavetada tentativa de um Final Fantasy ocidental, de codinome Fortress, ou ainda o atual Front Mission sendo desenvolvido pela americana Double Helix. A conclusão é que nos consoles de mesa ainda não vimos um jogo da empresa que realmente marcasse dentro dessa geração. Mas até quando será assim?

O fato é que (principalmente nos últimos anos) a Square Enix vem nitidamente buscando seu lugar nessa geração, e para isso vem se moldando de maneiras curiosas, seja na aquisição da Eidos, pegando títulos que até alguns anos atrás jamais imaginariamos ve-los associados a Square Enix, ou nessas tentativas de agradar cada vez mais o ocidente, o que em partes pode ser um problema, já que o exemplo do próprio The Last Remnant mostra o quanto pode ser um problema forçar uma adaptação de estilo pra agradar, que por sua vez não deveria ser necessário, já que perde todo o seu lado cultural, a essência do jogo vai embora junto.

O caso mais atual nisso tudo é em relação ao Final Fantasy XIII, o título foi lançado no Japão e já acumula muitas polêmicas, sua linearidade foi excessivamente criticada, e outros pontos do jogo assustaram muitos jogadores, como a falta de interação com npcs, o fato de não existirem cidades no jogo, muitos definem FFXIII como praticamente um "dungeon crawler", já que o jogo é quase uma união de dungeons, cenas que avançam a história, seguido de mais dungeons.

Mas onde que isso tem a ver com o assunto dessa postagem? É que nada menos que o presidente da Square Enix, Yoichi Wada, comentou esse mês que Final Fantasy XIII pode ser uma das últimas tentativas de rpgs tradicionais da empresa. É claro que pelo resumo acima se percebe que o próprio FFXIII em si já não é exatamente um rpg tradicional, porém a declaração de Wada nos faz entender que esse limite que ainda existe de rpg tradicional, por menor que seja, pode estar com os dias contados. Na visão de Wada os estúdios internos da Square Enix, incluíndo a equipe de Final Fantasy XIII, deveriam estar focados em fazer rpgs com gameplay "next gen", numa nítida idéia de que os desenvolvedores precisam sair dessa limitação atual, tendo mais liberdade para fazerem algo que vá ainda mais além, não ficando presos a um público ou estilo.

É uma maneira de pensar que atualmente já deu bastante certo nos rpgs ocidentais, que vem misturando gêneros e estilos variados, com bons resultados. A própria Bioware, provavelmente o grande destaque dessa geração nos rpgs ocidentais, declarou recentemente que os rpgs japoneses falharam em evoluir, já que enquanto que nos portáteis até existem tentativas diferentes no gênero, ou uma clara liberdade maior em agradar esse ou aquele perfil de jogador sem correr grandes riscos, nos consoles de mesa os rpgs japoneses ainda se perdem exatamente nesse medo de arriscar.

Por trás da polêmica visão de Yoichi Wada talvez esteja a grande solução para a Square Enix, já que apesar de existir uma grande base de fãs de Final Fantasy e dos rpgs tradicionais, a empresa precisa realmente se encontrar nessa geração, se libertando mais na hora de desenvolver um jogo. Não há uma necessidade de eliminar de vez os rpgs tradicionais dos consoles de mesa, os próprios podem até ser o resultado de novos e ótimos projetos, porém é com essa liberdade em deixar de lado essa obrigação atual de repetir fórmulas que talvez as coisas comecem a caminhar corretamente para a Square Enix.

Créditos: http://www.destructoid.com/final-fantasy-xiii-might-be-last-true-final-fantasy-159676.phtml

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