quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Poké-Retroview 1ª parte: Dr. Bug (GB)

A matéria a seguir foi uma ultra especial criada para as edições 4 e 5 da revista digital Big-N Brasil, respectivamente dividida em duas partes. Entretanto, o foco da 1ª  parte era em relação aos criadores e as criaturas virtuais, ou seja, como a franquia nasceu e o sucesso das principais versões para os portáteis Nintendo.

Reformulada, revisada, e editada para o blog SideQuest agora eu vos trago este mesmo conteúdo foco, também dividido em partes, onde trato em suma os jogos e abranjo informações de Kanto à Sinnoh!


Gotcha catch'em all!

13 anos, essa é a idade da franquia que já conquistou mais de meio mundo através de seus jogos, animes, trading cards e milhares de outras bugigangas! Estamos falando dos famosos Pocket Monsters, ou simplesmente Pokémon. Qual será o segredo de tanto sucesso e carisma? que apesar da menor escala nos dias de hoje, nunca fica abaixo de bons milhões.

Particularmente eu já conheço e jogo o título por anos, acompanhando a maioria das gerações, suas mudanças, e me divertindo principalmente com amigos. A experiência proporcionada por Pokémon é muito única, e mesmo aqueles que já tentaram se aproveitar do sucesso deste, falharam em obter similar resultado.

Inundado por uma nostalgia sem limites revivi informações diversas desde seus criadores aos episódios principais na franquia portátil. Vamos juntos conhecer mais sobre esta fantástica série, voltando no tempo e matando saudades, de 1996 à 2010! Por quê? temos que pegar todos!

Doutor Inseto (Dr. Bug):

Satoshi Tajiri era uma criança apaixonada por colecionar diferentes tipos de insetos, andando por vales e florestas em busca dos mais variados para sua coleção (daí seu apelido de Dr. Bug). Os anos passavam enquanto a criança assistia estes mesmos queridos locais serem tomados pelos prédios e demais construções. Decorrente a isso ele estava então destinado a dividir o prazer de sua infância com outras crianças, para que as mesmas tivessem oportunidade de vivenciar de alguma forma seu hobby infantil. Sim, o início de uma das franquias mais bem sucedidas da história teve toda sua base fundada pelo próprio dia a dia do garoto.


Criador e criatura: Satoshi Tajiri testa sua infância em versão virtual

Memórias mantidas, e agora jovem (18 anos), Satoshi dedicava-se a publicação de uma revista chamada Game Freak. Esta fanzine tratava exclusivamente de jogos, dando dicas por exemplo a títulos como Donkey Kong (1981), e eventualmente tornou-se bastante popular (chegando a vender até 10 mil cópias em uma edição). Ao conhecer este trabalho o também jovem Ken Sugimori decidiu entrar em contato com Tajiri para participar da produção, e ao conseguir a vaga o mesmo focou nas ilustrações das publicações. Nascia ali uma parceria de sucesso.


Graças a seus traços carismáticos Ken Sugimori atraiu a atenção de milhões

Os 251 Pokémons iniciais que conhecemos, de Kanto e Johto, foram ao todo elaborados pelo próprio Ken Sugimori, e além dos monstrinhos, é ele o também responsável pelo design dos protagonistas, líderes de ginásios e demais. Porém, a partir de Hoenn (geração advance) ele deixou este posto principal, e o que vimos foi uma modificação exorbitante nos traços de muitos personagens, com alguns comparando a nova leva a outra série de nome similar: Digimon.

Em meio a tudo isso Satoshi já estava trabalhando a ponto de deixar as publicações para iniciar no desenvolvimento de jogos, onde já havia começado a estudar programação sozinho, com apenas 16 anos! Nesta idade ele também havia vencido um concurso de idéias para jogos promovido pela SEGA. Em questão deste seu lado desenvolvedor: foram 2 anos para aprender e mais 1 para criar seu próprio jogo, um título publicado pela Namco para o Famicom da Nintendo, conhecido como Quinty, e que no ocidente seria lançado sob o título de Mendel Palace. Este era o primeiro passo para o novo foco da agora desenvolvedora Game Freak.


Apesar do bom comercial, perceba a descaracterização para o novo mercado

Porém foi ao lançamento do primeiro modelo do Game Boy que Satoshi então percebeu em sua mente a idéia e oportunidade para a criação do que conhecemos hoje como Pokémon. Em um pensamento surreal do próprio desenvolvedor organismos vivos podiam ser vistos atravessando o elo entre os portáteis da mesma marca, logo, o aparelho denominava-se a casa perfeita para o título em sua concepção inicial, justamente devido a esta sua capacidade própria em troca de informações por cabos.

No início dos anos 90, e já na Nintendo, ele então começou a desenvolver o conceito para sua infância em forma de jogo, inicialmente sob o nome Capsule Monsters, que posteriormente seria mudado para Pocket Monsters, ou simplesmente, Pokémon. Nesta época Tajiri foi de encontro a ninguém menos que Shigeru Miyamoto (uma das mentes mais brilhantes do mercado de jogos, exclusivamente Nintendo), e que segundo ele, atuou como um mentor durante os seis anos seguintes do desenvolvimento das duas versões iniciais do título, Red & Green (Vermelho e Verde).


O dedo mágico do Sr. Myamoto também direcionou Pokémon ao sucesso

A influência e respeito de Satoshi Tajiri para Shigeru Myamoto pode ser vista e confirmada através das versões japonesas dos jogos iniciais, onde originalmente o protagonista pode chamar-se Satoshi, e seu rival, Shigeru; Na versão animada nosso Ash Ketchum leva no Japão também o nome Satoshi, e Gary Oak, Shigeru.

Pokémon foi até então o jogo sob a marca Nintendo que mais demorou para ser lançado, levando os 6 anos antes mencionado para que finalmente chegasse nas mãos do público japonês, sob as versões Midori (Green) & Aka (Red). Posteriormente a versão de nome Ao (Blue) foi lançada, com melhorias nos gráficos, sons e scripts do jogo. As 3 versões unidas totalizaram a inacreditável marca de mais de 10 milhões de cópias vendidas, e isso, para frisar, só no Japão!

Mesmo após esses 13 anos de histórias as primeiras versões (Green, Red & Blue) ainda desfrutam o posto de 1º lugar, com um total estimado em 31.37 milhões de cartuchos vendidos mundo afora.

Não é preciso dizer que Pokémon a partir de então tornou-se uma febre, onde era quase impossível não se deparar com alguém que já tivesse ouvido falar dos jogos, anime, ou simplesmente do mais famoso dentre todos os personagens, o carismático monstrinho de #25: Pikachu.



Com uma idéia e sonho de infância realizados, Satoshi Tajiri alcançava o lar de quase todo um mundo através de sua mecânica viciante entre caça e captura, fora as empolgantes (e progressivamente estratégicas) batalhas.  Seria iludir-se ao pensar que um sucesso astronômico como este ficaria limitado aos portáteis e mundos virtuais em geral, e a franquia já se deu muito bem em outros lugares, ainda que marcada ao todo sob este mesmo carimbo: Nintendo.

Na 2ª parte começaremos a desvendar minuciosamente as regiões e particularidades de cada versão dos monstrinhos de bolso. Até lá!

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