quarta-feira, 31 de março de 2010

Quest em Foco: Abril, época de caça (Multi)

Os títulos lançados no mercado norte-americano no mês passado certamente permanecem ativos nos consoles e portáteis de muitos. Até o momento é fácil dizer que Março foi o melhor mês do ano de 2010 para os amantes dos level-ups – e não digo isso só por Final Fantasy XIII, ainda que ele sem querer querendo tenha ofuscado outras jóias.

Dando continuidade a nossa série de resumos mensais, vamos literalmente à caça! Na pesquisa habitual para trazer os melhores títulos do gênero RPG deu pra perceber uma esfriada, mas ainda assim há um nome importante – diria muitíssimo importante, mas não sou japonês – entre os demais, e este é Monster Hunter Tri para o Nintendo Wii.


A série que estreou no mercado ocidental pelo PS2, e continua passeando por aqui graças ao PSP, ainda não encontrou seu lugar como o do sol nascente, ou seja, ainda não atingiu o mega sucesso japonês esperado por Capcom e Sony. Porém, é difícil afirmar se esta recepção é justa, mas de minha parte ao menos a experiência com a primeiríssima edição foi rasa (ainda que eu não o tenha terminado). 

Entendo que os servidores online do Monster Hunter original já morreram há tempos, mas aí é que mora um ponto em destaque: a série em suma aparenta ser muito mais divertida e melhor aproveitada na companhia de outros jogadores, e para uma mecânica e estilo que seguem padrões estabelecidos desde sempre, a falta deste modo pode comprometer o jogo para alguns.

Não é atoa que minha preferência e vontade voltem-se para edições como Tri ou o MMORPG Frontier (PC, X360). 

Lembrando dos arredores, os demais títulos do mês colocam os consoles de mesa em maior ênfase, deixando os portáteis e seus melhores lançamentos no Japão. Boa evolução!

Obs.: As datas dos títulos a seguir condizem com seus lançamentos em território norte-americano. Alterações sem aviso prévio podem ocorrer por suas publicadoras.

Nota máxima pela Famitsu: 40/40
Desenvolvimento: Capcom
Publicação: Capcom (20/04)
Site oficial: capcom.com/monster

Sobre: A continuação das versões de mesa deveria ter acompanhado a linha de consoles Sony (PS3), mas acabou sendo desviado a Nintendo segundo os altos custos de produção. Essa mudança de planos está levando pela primeira vez a série a um console da Big-N e com as inclusões feitas esta pode definitivamente ser a melhor versão no plano tradicional – ainda que as miniaturas do PSP não me façam ver muitas diferenças.

Enredo? você é um corajoso caçador, ou sendo realista louco, por querer enfrentar feras com extrema diferença em altura e comprimento, além de capacidades próprias. Ao aceitar quests você caminha para conquistar fama como um grande caçador, ao mesmo tempo que procura ajudar os cidadãos em suas necessidades.

O grande destaque para esta versão fica por conta do multiplayer online antes pago (Japão) e agora grátis, lhe possibilitando formar um quarteto para a exploração das terras e confronto dos monstros. Um modo offline também coexiste e pode ser aproveitado por 2 jogadores numa mesma tela dividida.

No quesito novidade ainda temos a importante compatibilidade de Tri com o quase nunca usado Wii Speak, adição implementada a partir do lançamento ocidental! Através do acessório você poderá conversar com outros jogadores, organizando estratégias e dando dicas de uma forma bastante cômoda.

A também ex-exclusividade japonesa agora virá inclusa no bundle convencional do jogo, e inclui um Wii Classic Controller Pro, que além de ter um visual muito bonito (cor black), pode oferecer uma melhor experiência para quem não acha nem o modelo comum do Classic, muito menos a combinação Wiimote + Nunchuk adequados para o título.

Trailer de anúncio oficial

Monster Hunter Tri tem destacado-se muito por seus gráficos. Podemos confirmar pelo vídeo acima que críticas negativas neste quesito não devem tratar exclusivamente do console, mas sim do nível de empenho das desenvolvedoras em apresentar um produto que explore ao máximo de sua potência gráfica.

O padrão da série permanece, com múltiplas quests, feras a enfrentar e sucessivamente armas e armaduras para forjar com as matérias primas obtidas em campo.

Para quem nunca conheceu a franquia este é o momento perfeito, pela falta de um título equivalente na biblioteca do console e pelos ótimos mimos providenciados pela Capcom.

Exp.excedida:

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Tirando os músculos, nenhuma diferença
Também disponível para: Playstation 3
Desenvolvimento: Cavia
Publicação: Square Enix (27/04)

Sobre: Anteriormente mencionamos que Nier receberá 2 versões diferenciadas no Japão, mas antes que você comece a se preocupar nós também lembramos de que Replicant, edição exclusiva aos PS3 japoneses, nada mais adicionará que um modelo jovial do protagonista em busca de sua irmã – e não filha.

Gestalt é a versão padrão para o lançamento norte-americano e europeu. Tal providência foi tomada pela Square Enix afim de atender os estereótipos de cada mercado.

Inicialmente pelo que foi divulgado sobre a trama ela não aparenta ser muito original. O protagonista que também dá nome ao título está na busca de uma cura para a aflição de sua filha Yonah, a mortífera doença Black Scrawl. Nier terá de atravessar um mundo em ruínas e enfrentar inimigos bizarros – um dos pontos em destaque talvez seja justo ao design de todos os seres vivos do título. Em auxílio a saga deste herói há outros personagens, mas nenhum tão importante a primeira vista do que Kaine, a hermafrodita possuída por um demônio; Um livro misterioso também faz parte do time, e possivelmente dele sejam as muitas magias utilizadas pelo protagonista.

Talvez Nier chame mais a atenção por carregar o logo da Square Enix na boxart. Não confirmo desgosto, mas a ação em que o RPG se prende vista nos trailers não parece ser tão empolgante.

Trailer divulgado na E3 2009

No mais recente portfolio da Cavia temos ao exemplo o razoável Drakengard 2 (segundo a mídia especializada no Metacritic), que é um título de mesmos gêneros e que possui o envolvimento da SE. Esperemos que esse ceticismo formado seja apenas ilusório, e que Nier definitivamente traga ao gênero uma aventura épica e memorável.

Exp.excedida:

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Os acasos do título ajudam no seu reconhecimento
Também disponível para: Playstation 3 (PSN)
Desenvolvimento: Idea Factory, Red Entertainment & Compile Heart
Publicação: Aksys Games (27/04)
Site oficial: aksysgames.com/agarest/index.php

Sobre: O SRPG da parceria entre as 3 empresas acima é cheio de história para contar: 1º, Record of Agarest War não é um título novo em folha, mas sim uma versão localizada da edição melhorada de 2008 (Re-appearance) do original de 2007; 2º, já foi destacada aqui a edição exclusiva e limitada carregada de segunda intenções do Xbox 360; 3º, na Europa o título já foi lançado, mas a Ghostlight, publicadora da região, atuou de forma extremamente cômica ao revelar que a boxart seria ESTA. Claro, a piada involuntária (?) acabou gerando gosto controverso dos gamers, e logo a artwork original retomou seu devido lugar; 4º, se você não possui uma conexão banda larga muito boa e só tem o PS3, é bom se preparar, o título não será lançado em mídia física (aka Blu-ray) pela Aksys, e o download irá girar em torno dos 10G via PSN – talvez sofrendo uma queda de preço por isso.

Ainda sobre a excentricidade ao redor jogo esta mais uma vez a campanha de marketing majoritária para o lado erótico do título, deixando em 2º plano o que deveria ser o principal: a história, seus personagens e o sistema de batalhas. Como o CitanMK disse antes, isso é bastante incomum de ocorrer no mercado ocidental, porém seria suficiente para alguns japoneses entrarem em colapso pelo incontrolável sangramento nasal.

Afinal, este tipo de publicidade funciona por estas bandas?

 Falando sério agora, o sistema de batalhas de Agarest parece funcionar sem muitas novidades ou complexidade, sendo possível combinar ataques de personagens para gerar combos e maior dano. Porém o sumário via IGN diz o contrário, garantindo que o título possui um sistema persuasivo e inovador. O jogo também lhe dá a possibilidade de ter filhos e com isso atravessar diferentes gerações, tudo através de um  sistema simulador de namoro (dating sim).

O protagonista é o soldado Leonhardt, também conhecido como "Leão Dourado" devido a sua espada e seu violento estilo de combate. Ao proteger uma garota élfica acaba se sacrificando e eventualmente tornando-se um spirit vessel, uma espécie de avatar dos deuses.

Exp.excedida:

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Remake espiritual de Save the Homeland?
Desenvolvimento: Marvelous Entertainment
Publicação: Natsume (20/04)
Site oficial: natsume.com/coming_soon/games/hmholv

Sobre: Poucas infos do título, mas entre o que sabemos da nova aventura campestre está a trama de bom coração – típica de toda a franquia –, onde o protagonista Jack encontrará a terra natal de seu falecido avô, Leaf Valley, no precipício para transforma-se em um parque de diversões. Quem pretende acabar com a natureza do local afim de alcançar este propósito é a Funland Corporation.

Ainda segundo a página na Wikipedia do título Hero of Leaf Valley seria um sucessor para o 1º jogo da série no PS2, Save the Homeland. Ambos também dividem o mesmo protagonista e praticamente uma mesma trama (ainda que contada de forma diferente em certos pontos).

Se fosse tido como um verdadeiro remake, Hero of Leaf Valley se destacaria por implementar a possibilidade de casar com uma das garotas do jogo.

O título possui 9 finais diferentes, além de 16 formas de se salvar a vila, garantindo a cada novo jogo uma experiência com pontos distintos em sua trama.

Trailer da versão japonesa

Como visto não há nada fora dos padrões da série, quem é fã e sente-se orfão por já ter finalizado cada uma das diversas aventuras pode se animar com o novo título. Na minha opinião é uma pena não explorarem mais do sistema de batalhas implementado em Rune Factory, mas ele é quase um spin-off em comparação aos demais. Também seria de bom grado se algo exclusivamente novo fosse visto aqui, e à menção da história nem conta.

Exp.excedida:

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Enquanto isso...

A seguir uma pequena lista com alguns pontos destacados de títulos que estarão chegando neste mesmo mês ao público japonês:
Slime eu escolho você!
Dragon Quest Monsters Joker 2 (NDS)
Desenvolvimento: Square Enix
Publicação: Square Enix (28/04)

Sinopse: O título que se saiu muitíssimo bem tecnicamente volta ao mesmo portátil para repetir a dose. 

DQMJ2 terá como um dos principais destaques a sua melhor estrutura para o modo multiplayer online e local.

Quem curte Pokémon pode ficar tranqüilamente na expectativa deste, ou mesmo aproveitar a espera para conhecer a edição anterior de 2007.
O novo subtítulo permanece como um mistério
Atelier Judie: Norowareshi no Shujin (PSP)
Desenvolvimento: Gust 
Publicação: Gust (08/04)

Sinopse: Remake da versão original de 8 anos  atrás (PS2), Atelier Judie: The Cursed Guardian (tradução) chega ao portátil da Sony com um gráfico muito similar a Atelier Annie do NDS, mesmo com o maior poder da nova casa.

Na trama a protagonista se envolve em uma espécie de acidente que a transporta 200 anos além de seu tempo, fazendo com que Judie busque uma forma para voltar a sua época correta. Melhorias incluem balanceamento de batalha, novas cenas de evento, além de novos monstros e andares no calabouço das ruínas ancestrais.
Mais uma ost memorável?
YS: Oath in Felghana (PSP)
Desenvolvimento: Falcom
Publicação: Falcom (22/04)

Sinopse: Os amantes dos action RPGs merecem conhecer esta série, ainda mais com essas versões contemporâneas e baseadas em The Ark of Napishtim (PS2). 

A trama ocorre 3 anos depois dos eventos de YS I & II, sendo Adol Christin mais uma vez o protagonista. 

Situações maléficas colocam em risco a vida dos cidadãos, e é Adol quem deve estabelecer um fim nisso. A trama foi levemente modificada para atender as novidades como inclusão de cutscenes.
Mais exploração ao som de Yuzo Koshiro
Sekaiju no Meikyuu III: Sekai no Haihousha (NDS)
Desenvolvimento: Atlus
Publicação: Atlus (1/04)

Sinopse: Mais um episódio do tido difícil RPG em 1ª pessoa chegará ao portátil logo no início do mês. Etrian Odyssey III: Caller of the Starry Seas, como é conhecido em tradução literal, trará além da jogabilidade conhecida, um novo estilo de mapeamento. O subtítulo também indica o foco da série e suas possibilidades sobre alto mar. 

Um terremoto ocorrido há um século na cidade central do jogo, Amroad, colocou toda a tecnologia de uma civilização de alto-nível no fundo do oceano. Após este desastre um labirinto apareceu no buraco formado pelo terremoto, restando aos aventureiros mais corajosos descobrir seus mistérios.
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Fechamos os destaques do mês, e como deu bem pra notar o Nintendo DS carece de um lançamento exclusivo no mercado norte-americano para Abril. Segundo alguns a tendência é que os títulos de maior relevância já comecem a desaparecer, ainda mais depois que o 3DS foi oficialmente anunciado. Tomara que estejam todos errados e que meu modelo lite – e recém lançado DSi XL – consiga respirar para o além de 2010, e caso não, tudo bem, pois não joguei nem metade de seus maravilhosos títulos – especialmente RPGs e Adventures.

Esquecemos algo? deixamos passar batido uma série pouco apreciada e que sempre lhe desperta interesse? Não esqueça de utilizar no seu inventário o item comentário.

Até o próximo mês!

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