segunda-feira, 22 de março de 2010

Poké-Retroview 5ª parte: Cristal lapidado (GBC)

No episódio anterior de Poké-Retroview: Nós treinadores acompanhamos a extrema evolução de inéditos entre a geração clássica e sua sucessora. Johto, a região foco das novas aventuras, excedeu em muitos pontos e começou mais do que nunca a direcionar Pokémon ao todo para o nível estratégico que mantém nós (antigos pré-adolescentes e atuais adultos) na ativa. 

Crystal é a 3ª e última abordagem da 2ª geração (de forma tradicional) sob a era Game Boy, e além de manter o caminho antes citado, ela foi também muito importante por trazer elementos que se mantêm bem vindos até o presente. Vamos conhecê-los na 6ª  parte do nosso especial!

Pokémon versão: Crystal
Lançada em: 30/07/2001
Cópias vendidas: 6.39 Milhões

Dando continuidade a fórmula de trilogia por geração, a nova versão já era aguardada. Estampando a capa do 7º título da franquia (contando com o Green japonês), Suicune, com seu ar sereno e místico, destacava-se ao ilustrar Pokémon Crystal.


A atualização de Gold & Silver, diferente de Yellow, não permaneceu híbrida, ou seja, seu poderio só poderia ser vivenciado através de um Game Boy Color.

Outra novidade se encontra aqui no lado esquerdo, onde a definição de sexo deixou de ser exclusividade dos Pokémon e deu aos jogadores a possibilidade, pela 1ª vez, de selecionar entre uma protagonista feminina além do garoto. O girl power (poder feminino) tornou-se padrão entre os jogos principais seguintes, mostrando que as meninas mereciam e já haviam estabelecido seu lugar de destaque entre tantos marmanjos.

Um outro aspecto que decorrente da maior capacidade do novo cartucho se encontra nas animações dos monstrinhos, também marcando uma exclusividade e padrão para edições futuras – estranhamente isso só vingou desde sempre, digamos, a partir de Diamond & Pearl (4ª geração). Ruby & Sapphire ainda tinham sprites estáticos, inibindo tamanho poderio do GBA! isso só foi consertado com Emerald. Ver seu Pokémon favorito animado, ainda que muito rapidamente, era empolgante, e isso aplicou-se aos 251 existentes até então.

O enredo também sofreu mudanças e focava-se parcialmente em Suicune, que antes era só mais um lendário. Agora o ser cristalino aparecia diante do jogador em novos momentos, inclusive sendo possível enfrentá-lo sem que ele fugisse, que era o habitual a cada encontro com o trio de cães – formado pelo próprio, Entei e Raikou – nas versões anteriores.  Entre este destaque havia Eusine, um treinador obstinado a capturá-lo e que chegava a enfrentar os jogadores no decorrer de sua caçada. Os cães também iniciaram os temas especiais de batalha para lendários:


Outro adicional que veio a torna-se padrão nos títulos seguintes foi a Battle Tower, um edifício localizado próximo a cidade de Olivine e que trazia um dos maiores desafios no game, o de batalhar contra diversos treinadores em seqüência atrás de prêmios. A torre possuía regras pré-definidas (com variações de níveis) e só possibilitava ao treinador levar consigo 3 Pokémons, saber escolher seu time era essencial para a vitória. Os desafios de cada andar eram aleatórios e sempre traziam combinações de adversários diferentes. No japonês de Crystal só era possível adentrar ao local com a ajuda do GB Mobile, um adaptador usado para a conexão entre o Game Boy Color e celulares.

O mesmo acessório (imagem à direita) possibilitava a captura do raríssimo Celebi, Pokémon de nº 251 e que assim como Mew (# 151) deixou muitos de nós brasileiros a ver navios. A razão é inclusive um pouco pior que o caso do das versões Red & Blue, pois mesmo que a Nintendo tenha lançado eventos oficiais de distribuição direta, certos jogadores descobriram através de um código específico de Game Shark (trapaça) que tinham acesso ao mesmo evento especial para captura do viajante do tempo, de forma compla e traduzida para o inglês! mostrando que a empresa pretendia lançá-lo, mas talvez por algum eventual fracasso do acessório no Japão eles acabaram deixando tudo de lado. Isso sempre limita aqueles que jogam de forma correta através dos jogos originais e sofrem pela falta de tais eventos, como eu disse antes, nosso caso.

Abaixo o usuário do Youtube ShinyCelebii nos mostra o processo de captura, que envolve majoritariamente o uso da Pokébola GS na Ilex Forest:


Ainda no quesito do adaptador GB Mobile é válido também lembrar que através dele era possível a troca e batalha online, mostrando o início do potencial padrão de hoje, mas que infelizmente não teve força de chegar aos outros cantos do mundo pela época.

Voltando aos pontos principais da aventura em Crystal, os líderes de ginásio da liga de Johto permaneceram inalterados:


Do topo para baixo, da esquerda para direita: Falkner, da cidade de Violet protege a insígnia Zephir, sendo especialista em voadores; Bugsy a insígnia da Colméia em Azalea e com a ajuda de seus insetos; De Goldenrod há Whitney em defesa da insígnia da Planície, sua maestria volta-se aos normais (especialmente com uma temível Miltank de Rollout); O assombrado Morty com seus fantasmas garante a proteção da insígnia da Névoa em Ecruteak; A força de Chuck e seus lutadores de Cianwood no bloqueio à insígnia da Tempestade; A insígnia Mineral revela em Jasmine sua preferência pelos metálicos, seu recinto é Olivine; O clima é de inverno em Mahogany com o líder Pryce e seu time gelado, todos em prol da insígnia da Geleira; Por fim a líder dos dragões de Blackthorn, Clair, com a insígnia da Nascente.

As provas de nossa superação na liga, alinhadas e em ordem da esq. para direita

Os percalços finais da jornada se voltavam, sem surpresas, na Elite dos 4, que aqui em Crystal possuía a mesma formação de Gold & Silver e a mesma localidade de Red, Blue e Yellow, o Planalto Indigo. O quarteto de titãs e seu campeão mantiveram-se inalterados das primeiras duas aventuras de Johto, mas diferentes dos 4 originais dos clássicos de 1998/99: Will estréia no lugar de Lorelei, Koga (antigo líder de ginásio da cidade de Fuchsia) substitui Bruno – que por sua vez mantém seu posto –, Karen toma a patente do agora campeão da liga Johto Lance.

A versão cristalina como podemos observar trouxe muitos recursos exclusivos e que no fim das contas pesavam positivamente em sua compra, além de terem se fixado nos títulos posteriores. De minha parte, confesso que nunca fui fã de passar por um enredo em suma idêntico, muito menos ter todo aquele trabalho de capturar os mesmos Pokémons para preencher uma nova Dex e eventualmente treiná-los (quem joga com fins para torneios ou partidas com amigos sabe o tempo consumido nisso tudo). Contudo a evolução dessas atualizações pós abre-alas acabou me fazendo esperar mais para jogar uma edição definitiva das gerações, sendo que só estreei isso com Platinum

Comercial do Reino Unido

Com esses pontos destacados nos despedimos de Johto, mas, mais uma vez eu ressalto os lançamentos de HeartGold & SoulSilver, principalmente para dizer aos esperançosos de um remake de Crystal que a probabilidade disto ocorrer é nula. Alguns elementos exclusivos, como a participação de Eusine, estão presentes nos atuais remakes de Gold & Silver, tornando ilógica uma atualização deste aqui ao atual Nintendo DS.

A seguir no futuro estaremos aportando em Hoenn, a região da geração avançada. Até a 6ª parte!

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