sábado, 19 de setembro de 2009

Retrospectiva Dreamcast: 10 anos de vida e alguns rpgs depois…

Dreamcast. 10 anos de vida no ocidente sendo completados neste mês de Setembro. Alguns o apontam como o grande motivo da “quase” falência da Sega.

Sendo o sucessor do Sega Saturn, o Dreamcast teve como metas principais superar o Psone e o Nintendo 64. E realmente, do ponto de vista tecnológico, o Dreamcast superou todos eles, pois com gráficos fantásticos para a época ele era totalmente cativante, além de ser o primeiro console a nos trazer um modem! (E eu lembro que era mais rápido do que o meu do PC, velhos tempos de conexão discada.)

Mas infelizmente, algo deu errado. A Sega não encontrou o apoio das softhouses como a EA (que sofreu muitas perdas com o Saturn) e a Square Soft que voltava todos os seus olhos para a Sony e falando de Sony, esta estava num marketing violento do PS2 que causou algumas perdas de vendas do Dreamcast. E estranhamente, a Sega também encerrou um tanto quanto prematuramente a vida de seu console, já que em 2001 havia ainda de 50 à 60 títulos a sendo produzidos.

Tirando a triste história do Dreamcast de lado, resolvi fazer uma lista dos rpgs que conseguiram vir até o ocidente, não foram muitos, mas alguns se destacaram como foi o caso do Grandia II, Phantasy Star Online e o Skies of Arcadia. Confiram comigo alguns dos rpgs que vieram até nós.

PS: Alerto à todos, que eu não estou me propondo a fazer nenhum detalhamento profundo ou review de cada rpg e sim, apenas uma tentativa resumida de comentar alguns dos rpgs do Sega Dreamcast que vieram até o ocidente.


Climax Landers (Time Stalkers)

TimeStalkers

Lembram da Climax Entertainment? Ela foi a responsável pelos clássicos Shining in the Darkness e Land Stalker do Mega Drive.

Seguindo a mesma linha do Land Stalker, Climax Landers ou melhor, Time Stalkers no Ocidente, nós jogamos com um herói chamado de Sword que após abrir um livro mágico, é transportado para outro mundo.

Em Time Stalkers, seguimos a mesma premissa do Land Stalker de exploração de labirintos. Dessa vez, os dungeons são gerados de forma aleatória e cada nova investida do jogador se torna algo novo como o nosso velho Diablo.

Infelizmente, nosso herói Sword não passou de um velho estereótipo e aliado a diálogos desinteressantes e npcs também desinteressantes, Time Stalkers não oferece muita coisa, além da velha mecânica de cidade-dugeon-cidade.

O gameplay também não oferece muita coisa, com um pseudo sistema a lá Pokémon onde você pode capturar alguns monstros para lhe servir de ajuda. Bem, no fim das contas, Time Stalkers é apenas recomendado para quem gosta de dungeons crawlers (e mesmo para quem gosta, não vai encontrar muitos desafios aqui) ou se você já terminou algo melhor no Dreamcast e não resta muitas opções.




Elemental Gimmick Gear

egg

Sabe aquele jogo que você sabe que é bom, quer terminar algum dia, mas por algum motivo, não consegue? Esse é o meu caso com o EGG (Elemental Gimmick Gear).

Enquanto alguns arqueologistas faziam explorações numa ruína antiga, eles encontraram um homem dormindo numa máquina que tinha o formato de um ovo. Eles batizaram este homem de “The Sleeper”.

Apesar de não conseguirem acordar o homem, eles conseguiram estudar e produzir aquela máquina, que as pessoas começaram a chamar de Elemental Gimmick Gear. As EGGs começaram a ser bastante exploradas e muitas pessoas o possuem, desde cidadãos comuns à militares.

Mas, depois de cem anos, algo acontece, destruindo a cidade em que o Sleeper se encontra. Após essa destruição o Sleeper é acordar e se inicia uma missão de se entender o que aconteceu de errado com a cidade de Fogna.

EGG em termos de gameplay segue a mesma jogabilidade dos Zeldas 2D. E falando de 2D, EGG é simplesmente magnífico no quesito gráfico, apresentando um 2D bem detalhado e colorido. No quesito musical, a Hudson se superou, Haruyoshi Rokudo nos traz musicas maravilhosas e com bastante sentimento. EGG é daqueles jogos que dá vontade de para de jogar apenas para apreciar a parte sonora.

Então, o que está esperando? EGG é um dos jogos que você pode nunca ter ouvido falar, mas que pode lhe surpreender facilmente.




Evolution: The World of Sacred Device

evolution

Evolution: The World of Sacred Device foi um dos primeiros rpgs a surgirem no Dreamcast. Talvez o seu grande impacto foi os gráficos que eram bastante bonitos para a época e traziam uma grande influência dos animes.

Desenvolvido pela Sting, Evolution: The World of Sacred Device nos traz a história de Mag Launcher, filho do famoso explorado Asroc Launcher. Para variar, o paradeiro do seu pai está desconhecido por três anos. Enquanto isso, você segue sendo criado por um mordomo chamado Gre. Além desse sumiço, seu pai lhe deixou um débito de 800.000.

Enquanto você consegue meios para começar a pagar seus débitos, você procura pelo lendário cyframe Evolutia.

Evolution: The World of Sacred Device é um daqueles rpgs do tipo ame ou odeie. Eu tive um amigo que simplesmente era viciado nesse jogo. Mas eu nunca consegui o amar devido a falta de uma melhor história ou um mundo mais grandioso. Evolution: The World of Sacred Device possui apenas uma cidade para explorar e uma batalha bastante simples lembrando Wild Arms 1, e na parte sonora é bastante mediano. Faça um teste, e quem sabe você pode gostar.




Evolution 2: Far Off Promise

evolution2Felizmente, em Evolution 2: Far Off Promise a Sting não fez apenas uma seqüência sem melhorias. Evolution 2 trouxe melhoras em todos os quesitos em relação ao seu antecedente (o que não era muito difícil de se conseguir, você há de convir ^_^).

Em Evolution 2: Far Off Promise nós continuamos a saga de Mag Launcher e desta vez ele já se tornou um melhor aventureiro. em Evolution 2, Mag Launcher irá fazer uma decisão difícil, deverá ele se tornar o maior aventureiro do mundo ou salvar a sua melhor amiga? Neste conflito, surge Yurka uma nova e misteriosa personagem.

Em termos de gameplay, Evolution 2, expande o que é encontrado no primeiro, e desta vez você pode carregar mais itens e até mesmo combiná-los.

Com melhores gráficos e novos personagens, Evolution 2: Far Off Promise é must play para que gostou do primeiro.







Grandia II

grandia

Grandia foi um dos grandes sucessos do Sega Saturn, onde contava com um sistema de batalha extramente divertido, além de personagem prá lá de carismáticos.

Tendo jogado e adorado o primeiro no PSone, Grandia II foi um dos jogos que me fizeram ter vontade de ter um Dreamcast. Lembro-me muito bem quando o testei pela primeira vez numa locadora, o Dreamcast realmente era uma potência na época e Grandia II era o rpg de console mais bonito que eu já pusera as mãos.

Mas apenas gráficos não fazem um bom jogo, e no caso de rpgs, ele certamente, na minha opinião, se torna obsoleto se não tivermos uma boa história de fundo. Felizmente ou infelizmente, em Grandia II, a Game Arts não criou uma história grandiosa, mas manteve o sistema de batalha diferenciado e ainda bastante divertido, contando também com personagens bastante amigáveis.

Grandia II, nos conta a história de Ryudo um mercenário, que foi contratado para proteger uma jovem sacerdotisa que irá participar de uma cerimônia que deverá evitar que Valmar, o deus da escuridão, renasça na terra.

Inicialmente, Grandia II começa muito bem, Ryudo é bastante carismático e com certeza você irá rir das suas palhaçadas. Mas, depois de um tempo ele simplesmente fica na mesma tônica de sempre “cidade-dungeon-cidade” sem muitas surpresas.

A grande força de Grandia II está no sistema de batalha, que é simplesmente viciante. Grandia II não é ruim, o problema dele é que Grandia I foi bom demais. Também lançado para PS2 (apesar de ser um port horrível) e PC, Grandia II mesmo não sendo o supra-sumo dos rpgs merece ser jogado.




Phantasy Star Online

psoPioneer 2 finalmente completou sua longa viagem para um novo mundo. Mas, assim que a nave entra em órbita, uma enorme explosão abala o planeta e todo o contato com milhares de pessoas foi perdido. Agora, no primeiro rpg online para consoles, os jogadores devem se unir para descobrir o que aconteceu. Phantasy Star Online continua a tradição de uma das séries mais populares de todos os tempos e se torna uma experiência verdadeiramente global em um mundo online.

No ano de 2000, a Sega ousou. E deu certo. Phantasy Star Online, foi a primeira vez em que jogadores puderam se unir em um rpg de forma online num console de mesa. Para aqueles que esperavam (e ainda esperam) um Phantasy Star V, Phantasy Star Online foi um balde de água fria.

Offline, Phantasy Star Online não servia para nada já que trazia uma história totalmente vazia. Online, era extremamente viciante e mostrava o futuro dos consoles. Um peça técnica de grande valor, hoje serve apenas para adornar a sua prateleira, mas tamanho foi o sucesso do PSO, que ele até hoje possui um servidor alternativo em funcionamento.

Foi lançada uma pseudo expansão, chamada de V2 que não acrescentou muito ao jogo original. E bem, até hoje a Sega procura lançar um PSO que supere este original, sem muito sucesso. E até hoje nós esperamos por um Phantasy Star V, também sem muito sucesso. D:




Record of Lodoss War

record

Em Record of Lodoss War você irá é um guerreiro ressuscitado para lutar contra um grande mal. A história não vai lhe torcer o cérebro mas não é de toda mal se levarmos em conta o tipo de rpg que ele é.

Record of Lodoss War é uma série de mangá de grande sucesso no Japão. Há de se convir que quando se transporta arte de anime para o 3D devemos ter muito cuidado. Em Record of Lodoss War não tivemos um bom cuidado, então ele se tornou um joguinho um tanto quanto feio, MAS, Record of Lodoss War é extremamente viciante.

Tomando emprestado mais uma vez a fórmula hack-slash de Diablo, Record of Lodoss War se tornou uma grande surpresa quando eu o joguei, já que é muito difícil de enjoá-lo.

Não sendo um jogo muito fácil, Record of Lodoss War vai exigir uma boa dose de paciência e estratégia de combate já que ele tem uma apresenta uma dificuldade propositadamente bem acima do normal, algo que é típico dos dungeons crawlers.

Tendo bastantes sidequests, Record of Lodoss War durará por 30-40 horas.

Na parte sonora, as vozes são básicas assim como com suas músicas.




Silver

silverOutro caso de ame ou odeie aqui. Eu particularmente o amo. Silver foi gostoso de jogar do começo ao fim.

A história é típica daquele filminho de aventura tipo B. Silver, o imperador maléfico seqüestrou a esposa do protagonista, e mais algumas outras (afinal o imperador maléfico tem seus direitos – insira risada maléfica aqui). Essa mulheres se tornam escravas na sua torre.

Além de seqüestrar mulheres indefesas, Silver tem outras idéias. Ele deseja invocar um demônio para destruir o mundo (e depois?) e para essa realização, Silver deve coletar orbs que estão espalhados pelo mundo. Resta aqui sua chance de matar dois coelhos com uma só cajadada! Você deve salvar sua esposa e salvar o mundo! Não há maior missão.

Graficamente, Silver usa fundos pré-renderizados e todos os personagens são em 3D, mas não espere muita coisa, apesar dos fundos bem detalhados, o 3D de Silver me lembra o mesmo visto em Final Fantasy VII, na época eu achei bem charmoso mas foi bastante criticado.

Vale a pena jogar Silver hoje? Sinceramente não sei. Mas tenho boas lembranças dele. Silver foi lançado também para PC.





Skies of Arcadia

skies

Piratas são legais não são? Ao menos em filmes e jogos. Em Skies of Arcadia você é um pirata da nova era, a era da exploração dos ares.

A Overworks, que trabalhou com Sakura Taisen, prometeu matar a sede dos jogadores que esperavam um rpg definitivo para o Dreamcast. Ao invés de oceanos, os jogadores desbravam os céus.

Vyse e Aika são dois membros dos Blue Rouges, um grupo de piratas de ar. A ação inicia-se quando em um dos ataques a uma nave de guerra ele resgatam uma misteriosa garota chamada de Fina e eles se tornam alvo de um maléfico império.

Apesar de contar com clichês os personagens de Skies of Arcadia são bastante divertidos e interessantes, e nada é muito forçado (nada da cena traumatizante de riso de Final Fantasy X aqui). Segundo a maioria dos jogadores, Skies of Arcadia é é uma das melhores representações do que seria um rpg clássico nos dias de hoje, ele passa aquela sensação de jogar um rpg clássico refeito com um visual atual.

Em Skies of Arcadia, a Sega conseguiu nos deixar muito espaço para exploração e apesar de muito criticado devido à grande incidência de batalhas aleatórias, Skies of Arcardia realmente se tornou o rpg definitivo para o Sega Dreamcast, e um das seqüências mais esperadas pelos fãs da Sega, ao lado de Phantasy Star V.


E assim chegamos ao fim dessa retrospectiva e espero que tenham gostado da nossa pequena viagem ao túnel do tempo. Apesar de não ter muitos rpgs, o Dreamcast foi um console bastante amado e deve ser sempre relembrado com carinho.

2 Comentários:

Hazuki disse...

Só tenho uma frase que sempre perpetua quando vejo algo do Dreamcast: Ele nunca para de me surpreender.

Parabéns pela matéria Kijof, apesar deu não ter jogado nenhum destes, a vontade é grande! o Dreamcast realmente faleceu prematuramente, e não merecia isso.

De todos destaco Skies e Grandia 2! parecem muito bons!

Musashi disse...

Emule, compre um DC :P

Realmente, dentre os jogos de DC, Grandia e Skies são os grandes destaques.