segunda-feira, 20 de abril de 2009

Retro Review - Treasure of the Rudras (SNES)


Meu primeiro retro-review!

Amante dos emuladores old-school que sou, sempre caço os RPGs mais absurdos pra jogar... E como essas belezinhas apenas existem no Japão, tenho (assim como metade da torcida da seleção brasileira :guess:) que me valer de patchs de tradução.

Acreditem: o bom do bom do bom fica apenas lá na terra do Sol Nascente, para nossa mais completa infelicidade.

E é de uma dessas pedras preciosas (literalmente pra quem vier a jogar...) que venho falar: Rudora no Hihou, ou como veio a ficar "conhecido" depois que teve sua tradução habilmente feita pelo gruop Aeon Genesis Translations, "Treasure of the Rudras".

O jogo foi originalmente lançado em 1996 para o Super Famicon (Super Nintendo japonês, pros leigos :P), e é um RPG clássico, com batalhas por turno no melhor estilo FFVI. Ate mesmo os cenários e sprites do jogo em si são muito parecidos, senão chupinhados de fato de FFVI, mas logo na primeia batalha vemos um dos trunfos do jogo: todos os sprites de batalha são animados. Sim, os personagens se mexem, os monstros se mexem, tudo se mexe!!! :P

Mas sem delongas, vamos ao review de fato.

História: 9/10

"A muito tempo atrás, quando o mundo se encontrava imerso no caos, é dito que o Paraíso deu ordem ao caos. Que o Paraíso concedeu grande poder sobre a Terra e a trouxe prosperidade. A vida na Terra foi criada. Aqueles com grande inteligência, a raça dos Danans. Controlando os mares, as Sereias. Orgulhosos, mas arrogantes, os Répteis. E possuindo tremenda força, os Gigantes. Contudo, eles não possuíam o favor do Paraíso. E com o tempo, eles desapareceram. Então, o Paraíso deu a vida novamente. A vida, dito isto, floresceu novamente." *

A história do jogo em si parece ter sido enredo precursor dos jogos de fim-do-mundo: num monento cataclísmico, onde o mundo está tomado pela destruição nas mãos do homem [poluição entre outras coisas], sinais estranhos começam a aparecer: membros das raças extintas começam a aparecer e um grupo de humanos escolhidos se vê no meio de um turbilhão de acontecimentos cujo destino é salvar o mundo. Esses humanos são escolhidos pelas Rudras (pedras preciosas acestrais) das raças primordiais do planeta, cada Rudra maximizando as características do humano escolhido.

Ah, o fim do mundo no jogo tem data: 15 dias a partir do momento que você aperta Start. Você então escolhe um de 3 dos 4 personagens principais (o quarto aperece nos cenários dos 3 primeiros aqui e ali, antes de se unir definitivamente ao grupo no cenário final) e começa uma jornada de 15 dias ingame para chegar no inicio do cenário final. Cada um desses personagens iniciais conhece outros em seu cenário, sejam humanos, sejam membros das raças extintas, e pouco a pouco um mundo fantástico se desdobra ante seus olhos.



Gráficos: 9/10

"Nossa, o gráfico de FFVI é lindo... Mas bem que a Squaresoft podia ter caprichado um pouco mais e animar os sprites com mais carinho, até mesmo os monstros..."

pensa um jogador de RPG viciado em FFVI no fim de 1995.

"Senhor, captamos uma onda mental sincera de um fã dos nossos RPGs que gostaria de sprites ainda mais animados nas batalhas do FFVI... Devo incluir esse ponto como relevante no projeto secreto Rudora no Hihou?"

":sim:"

conversam dois desenvolvedores de jogos da Squaresoft, há pouco menos de 14 anos atrás.

Essa pequena encenação acima explica muito bem os gráficos de Treasure of the Rudras: os gráficos são baseados em FFVI, mas com uma movimentação muito boa, os personagens se mexem em suas posições de batalha; enquanto carregam a magia ficam de olhos fechados e a boca se mexe como se estivessem entoando as palavras mágicas; fazem uma dancinha da vitória muito mais animada do que levantar os braços e rodar... Fora que os oponentes são igualmente animados, um dos primeiso bosses é um gigante, e ele fica todo imponente encarando os humanos que o tentam se colocar no seu caminho. Ótimos gráficos, ponto.













Som: 8/10


O som está muito bom, par a par com FFVI. O tema de batalha é empolgante, o tema de boss realmente passa a sensação de que a casa vai cair pro teu lado, e as músicas dos cenários também não deixam a desejar. Nada de falas, mas isso era de se esperar muito da Squaresoft naquela época, não? Vale lembrar que o primeiro RPG com voice-acting da empresa foi o FFX (algum outro mais viciado em RPGs aí me corrija ^^).

Jogabilidade: 10/10

Ah, chegamos no ponto alto do game.

Primeiramente: esse game é absolutamente igual a todos os Final Fantasies antigos da Square. Batalhas aleatórias, comandos "Attack, Item, Mantra, Defend", você escolhe o ataque, o personagem executa, o monstro ataca, você vence, a batalha acaba, você recebe experiência e dinheiro...

Mas... Notaram uma pequena diferença ali em cima? Nos comandos, isso... Ma...ntra?

Eis a pedra preciosa do jogo. Mantras.

O sistema de Mantras funciona como um sistema comum de magias. Na batalha, você abre o menu de Mantras, escolhe o mantra a ser utilizado e ele é executado imediatamente após todas as ações terem sido escolhidas, bem FF-like. Mas a forma como são aprendidos esses mantras é que os difere de magias comuns.

No decorrer do jogo, ao se tomar contato com o mundo em si, os heróis descobrem diversos tipos de de relíquias do passado, dentre essas, páginas perdidas de livros de Mantras. Essas páginas ensinam as palavras do mantra, mas geralmente faltando alguma letra, um prefixo ou um sufixo da palavra... E aí começa a brincadeira: você entra no menu principal e abre a opção Enscribe. Nessa opção, você pode simplesmente ESCREVER o mantra. Isso mesmo, você EXCREVE a palavra. Se a grafia estiver correta, você resgata o conhecimento do mantra perdido e ele se torna uma magia utilizável... Caso contrário, o game se encarrega de gerar uma combinação aleatória para a palavra escrita, fazendo da mesma um mantra também, mas não um mantra verdadeiro. Resumindo, se errar, você também cria um mantra, mas ele não será poderoso como um mantra correto, ou custará muito MP para ser executado. Ponto pra Square. ♥


Comentários finais

Esse jogo é uma das minhas maiores motivações para aprender manipular arquivos de jogos com a finalidade de traduzí-los, um exemplo claro de que a grande maioria dos jogos de RPG bons de verdade nunca chegam nessas bandas. Recomendo a todos os amantes de um bom RPG old school que o joguem.

E pra quem quiser, segue o patch de tradução.

http://www.fantasyanime.com/valhalla/rudra-e.zip

Nota final: 10/10

*extraído do site Fantasy Anime, seção dedicada ao jogo Treasure of the Rudras (http://www.fantasyanime.com/valhalla/rudra_about.htm)*

3 Comentários:

Keny disse...

Sou um amante de rpg's oldschool e confesso que nunca tinha ouvida falar desse game! Como assim???? XD

Gostei muito do Review, vou jogar esse game com certeza =D

Archos disse...

Retro-reviews rulam, boa iniciativa!
Joguei bem pouco de Rudras, não tava empolgado na época e não continuei, mas de fato, só pelo começo do jogo, ja se ve que não é um jogo qualquer :P

Unknown disse...

Posso estar exagerando mas acho este jogo mais divertido de se jogar que chrono trigger. Na minha opinião é o melhor rpg de 16 bits no conjunto todo.

Chrono é um épico mas tem momentos entediantes, já Rudra é emocionante e a maneira como você "cruza" com os outros personagens principais pela história é genial. Se você está jogando com Sion (o guerreiro caolho) pode conhecer Riza (a garota) no barco. Quando você terminar com Sion, poderá escolher Riza e a história voltará ao dia 1, com Riza em sua cidade e seguindo seu próprio caminho, mas quando chegar ao mesmo dia em que conheceu Sion no barco, você verá o encontro pelo ponto de vista da garota. E assim por diante, com todos os personagens em pontos distintos do mapa. Cada personagem segue seu próprio destino no mapa, diferenciando o jogo cada vez que você joga; da mesma forma, cada um monta seu próprio grupo de guerreiros. Em pontos específicos os grupos de cada personagem se "esbarram" e conforme você vai jogando com todos, fica sabendo os acontecimentos que antecederam e ocasionaram aquele encontro. Na quarta e última vez que se joga, os quatro personagens principais abandonam seus grupos e se unem para formarem um supergrupo para a batalha final. É sensacional.
Cada elemento é muito bem pensado.

Então Chrono Trigger que me perdoe mas acho que se Rudra tivesse sido mais divulgado no ocidente, ele teria um rival poderoso. Nota 10.