segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Poké-Retroview 4ª parte: de Ouro, e Prata (GB)

Olá treinador! em nosso último encontro nós terminamos nossas aventuras, por enquanto, de forma centralizada em Kanto, conhecendo mais detalhadamente os tsunamis que foram (e ainda são) as versões Green, Red, Blue e Yellow

Hoje é hora de dar um passo adiante, revigorar tudo o que conhecíamos e trilhar um caminho importantíssimo para aquele que começaria a se mostrar como um dos títulos mais estratégicos e complexos da Nintendo entre toda sua história. A partir de Johto a franquia Pokémon iniciou a divisão entre aqueles que procuravam uma diversão descompromissada dos que estudavam todas as possibilidades para o alcance do dream team (time dos sonhos). 

Seja mais uma vez bem vindo e prepare-se para relembrar as principais novidades implementadas desde então!







Pokémon versões: Gold & Silver
Lançadas em: 15/10/2000 
Cópias vendidas (total): 23.10 milhões

Ho-oh & Lugia respectivamente; A partir daqui os lendários dominariam as boxarts

A nova aventura se desenrola pelas terras ao Oeste da antiga região. Johto possui maiores mistérios acerca das vidas dos Pokémons.


No objetivo principal, nada incomum: um garoto (novo personagem) em busca do título de mestre Pokémon deve atravessar a região coletando cada insígnia, sendo assim, percorrendo cada cidade em direção ao último desafio da nova liga, que sem surpresas se encontra no embate da Elite dos 4 e posteriormente um campeão (nosso rival). Entretanto é a partir daqui que a Equipe Rocket apresenta-se ainda mais ativa que na trama anterior, mostrando que não foi erradicada e está preparada para intervir na harmonia entre os treinadores e Pokémons mais efetivamente.

A região de Kanto era disponível aos jogadores após a conclusão da parte principal da história, porém, a aventura por lá focava-se mais por uma espécie de boss rush contra seus líderes de ginásio, além é claro, de expandir a capacidade de captura.

Obviamente que só de similiaridades não se é possível sobreviver no mundo gamer, e por isso mesmo que a sequência direta dos 4 primeiros RPGs da franquia portátil inovou. A seguir conheceremos todas essas implementações que marcaram esta geração de forma inesquecível, onde muitos consideram Gold & Silver como suas versões prediletas até os dias presentes.

Evolução extrema

Obviamente que um dos pontos principais das verdadeiras novas versões (e não apenas uma evolução do conhecido) estava em quais seriam os novos monstrinhos disponíveis. Teríamos novos tipos, ou mesmo evoluções para personagens conhecidos? GS foi muito além das expectativas na resolução destas dúvidas. Mas antes, vamos lembrar uma cena importante:

"O que é aquilo? Não há informação, ainda existem Pokémons a serem identificados."

O primeiríssimo episódio de Pokémon no Japão foi ao ar em 1997, apenas 1 ano após o lançamento das versões Midori, Aka e Ao. Como você obviamente já relembrou o ser dourado aos céus de uma das rotas acerca da cidade de Pallet é na verdade Ho-oh (# 249), um dos pássaros lendários e residente da Tin Tower, na cidade de Ecruteak em Johto, que só viríamos a conhecer de forma definitiva com sua chegada em solo norte-americano (e sucessivamente brasileiro, ainda pelas mãos da antes distribuidora oficial Gradiente) através de GS. Quem imaginaria que isto já seria indício de uma completa e nova leva de monstrinhos além dos 151 iniciais!? 

Mantendo a base da primeira geração GS permitia ao treinador a escolha de 3 Pokémons iniciais, que também mantinham-se sob os tipos planta, água e fogo. Totodile, Cyndaquil e Chikorita eram as possíveis seleções na cidade de New Bark, através do também novo professor Elm.


Ainda em relação as novas inclusões estavam os monstrinhos pré-evolutivos, ou seja, versões anteriores de certos Pokémons, cujos aspectos se voltavam quase inteiramente para suas fisionomias infantis. Parando e avaliando isso, o contexto dessa adição se voltava inteiramente para espécies já apresentadas no passado.

Elekid era "filho" de Electabuzz (Pokémon antes exclusivo da versão Vermelha)

A apresentação acima já se desloca para o fato de que agora cada criatura era catalogada também por seu sexo, onde poderíamos encontrar membros masculinos, femininos, ou mesmo assexuados. Isso permitiu pela 1ª vez a criação de ataques com efeitos exclusivos como o Attract, que só funciona se o adversário for de um sexo oposto.  Mas o fato mais relevante mesmo foi a procriação permitida entre os monstrinhos, onde a maioria poderia se relacionar para não só criar estes exclusivos modelos filhotes (ao exemplo do Elekid), como também repassar ataques antes exclusivos de determinados Pokémons, tudo através de ovos que eram chocados ao contar dos passos do treinador (e aqui entrava a bicicleta para a aceleração do processo).

Podemos lembrar exemplificando uma família de Tyranitar (#s 246, 247 e 248), onde se uma fêmea possuir relacionamento com um macho de egg group monster (grupo de ovo monstro) que possua o ataque Ancientpower, gerará então um Larvitar exclusivo com o mesmo golpe destacado. 

A nova centena de Pokémons também foi marcada por uma estréia especial de 2 novos tipos, os nortunos e metálicos. Entre os do tipo Dark podemos destacar Umbreon uma das novas evoluções de Eevee e que possuía uma extrema resistência, garantindo aos treinadores mais estratégicos um verdadeiro tanque; Scyther entra como outro exemplo por a partir daqui garantir a si mesmo uma evolução exclusiva do tipo Metal com Scizor, ao mesmo tempo em que quadruplicava sua fraqueza aos tipos fogo.

Entre os novos estes eram 2 Pokémons muito queridos pelos treinadores

Para finalizar este tópico sobre os Pokémons e seus novos aspectos no texto não poderíamos deixar de citar outro elemento que, mesmo não adicionando nenhum valor extra aos atributos da sua criatura, era muito apreciado por certos treinadores, seu termo ficou popularmente conhecido como shiny. O que é? Pokémons de coloração diferente e nada mais, ainda assim algumas espécies se destacavam bastante por possuírem uma pigmentação exclusivamente relevante, caso do Charizard em sua versão negra. Todo e qualquer Pokémon selvagem (ou nascido por ovo) poderia vir com esta particularidade, mas se você não era adepto do uso de trapaças (Game Sharks e demais acessórios) então estava fadado a uma árdua busca, agravada de forma quase infinita caso o desejo fosse um então lendário. De forma pessoal eu relato nunca ter sido um treinador preocupado com isso, ainda que recorde até hoje de um Fearow shiny que eu fazia questão de usar em Pokémon Stadium 2 contra amigos.

Além de 100 novos motivos

Tirando agora o foco dos Pokémons propriamente ditos, vamos trazer à tona novamente os elementos da jogabilidade que tanto se destacaram em GS.

Quando voltamos ao ano 2000 na época deste lançamento o GB comum e suas outras edições monocromáticas já dividiam espaço com o modelo Color (pavimentando também o caminho para a versão Advance dos mesmos), onde na história do portátil até então não se houve uma concepção equivalente de introduzir a um jogo uma interatividade que não só relacionava-se com o jogador em si, mas ia além ao beneficiar os títulos com duas ordens fundamentais às nossas vidas, as horas e dias. Nintendo e Game Freak mostraram como a inclusão de um relógio interno aos cartuchos poderia fazer toda diferença, garantindo a todos que se dispusessem uma imersão muito bem vinda, em especial a esta franquia. 

Dias recebiam eventos exclusivos como a competição de captura de insetos ocorrida na cidade de Goldenrod entre as Terças, Quintas e Sábados; Horas específicas permitiam ao jogador ir em busca de Pokémons diurnos ou noturnos, como era o caso de Hoothoot, uma espécie que só aparecia nas noites de certas rotas. Para mim isso sempre adicionou muito e não é por menos que meu ainda existente save está na casa das 226hrs (fora os tempos em que por mania eu terminava e recomeçava todo o jogo).

Em citação a tudo isso lembramos também do dispositivo responsável pela apresentação dos dias e horas corretas no jogo, e este era o Pokégear, aparelho mesclado entre relógio, mapa, rádio e até mesmo telefone móvel: 

Os atributos do acessório de pulso possibilitavam a troca das músicas através da sintonização de diferentes rádios. O Lucky Channel, da Rádio Tower de Goldenrod, por exemplo, era um canal de premiação, onde por uma comparação entre a ID de seus monstrinhos e o número promocional era-se possível descolar até mesmo uma Master Ball (só caso todos os números fossem idênticos), missão quase impossível.

Diferente das versões anteriores o jogador aqui poderia marcar revanches com certos adversários, tudo graças ao lado celular do Pokégear. Isso se mostrava uma boa e opcional forma para o treino das criaturas em nível mais baixo, evitando-se então repetir sempre a passagem pela Elite dos 4 ou derrota de selvagens.

Outra novidade que chegou em uma hora muito feliz foi os itens equipáveis aos monstrinhos. Isso já destacava a evolução no lado estratégico tão importante para o sucesso e firmamento da franquia entre os mais velhos, afinal quem nessa categoria não conhece a famosa combinação de um Snorlax com o set: Belly Drum + Rest + Body Slam (ou outro ataque físico) + Mint Berry, onde primeiramente se maximizava o ataque ao custo de mais da metade da energia, para então recuperá-la por completo com sono, que então seria automaticamente curado pela ativação da Berry, permitindo então ao treinador desferir golpes com o ataque no máximo. Eram coisas assim que deixava tudo divertido, instingante e interessante, nos forçando sempre uma superação. 

Falando nas Berries lembramos das Apricorns, outro tipo de fruta que adiciona ao jogo a tarefa importante que é a preservação das mesmas. Seu uso voltava-se na possibilidade de criação de Pokébolas exclusivas, tudo pelas mãos do personagem Kurt, residente da cidade de Azalea:

Esq. para dir., Lure Ball, Moon Ball e Fast Ball

As 3 acima são exemplos de ótima opção na escolha de captura aos Pokémons fisgados, evoluídos pela Moon Stone (pedra da lua) e fujões, respectivamente.

Ainda em relação aos itens destacamos um recurso utilizado por muitos para o ganho de exclusivos, que era o Mystery Gift. Somente os donos do Game Boy Color eram capazes de usufruir o sistema de troca de informações, que era limitado a 1x a cada pessoa diferente, com renovação diária, e sendo feita através da porta de comunicação infra-vermelho do portátil, aliás Gold & Silver foram um dos pouquíssimos jogos a utilizar este recurso.

Por fim terminamos o resumo das 2 primeiras versões da 2ª geração pela menção da conexão que as mesmas permitiam com versões anteriores:

De volta para o passado

A Time Capsule (Cápsula do Tempo) permitia a troca de Pokémons antigos entre a 1ª e 2ª geração da franquia, o único requisito era que seu time fosse todo composto por monstros de numeração 1 à 151, ou seja, existentes em Azul, Vermelha e Amarela. Tornava a catalogação via Pokédex muito mais fácil, pois GS só não dispunham do total de monstros.

Comercial exibido em 2000 nos Estados Unidos

A época de lançamento e posteriormente a compra da minha versão Gold me traz muitas das melhores lembranças que carrego comigo na minha vida gamer. Foi aqui meu ápice de prazer com Pokémon, um composto de recordações entre partidas acirradas, estratégicas e trocas em geral com amigos.

Sabemos que a passagem por Johto não acaba aqui, já que como uma boa região tradicional ela também recebeu uma 3ª abordagem, e este será o tema da nossa 5ª parte neste especial!

Obs.: Mas e quanto a HeartGold & SoulSilver?! A concepção inicial por trás da Poké-Retroview seria focar mais do passado da franquia, e é o que eu pretendo manter definitivamente com esta nova edição dos meus textos, preservando então as edições mais presentes. Em relação ao jogo em geral e seus aspectos, vocês podem conferir  meu tópico no Fórum NDS Brasil carregado de informações diversas sobre os remakes: migre.me/jblg.

3 Comentários:

Pilyw disse...

Muito boa sua matéria Haz, continue assim o/

E que venha HG/SS o/

Hazuki disse...

Muito obrigado Pilyw! HG/SS está logo ali e eu também estou muito ansioso, prepare-se para muitas trocas e duelos online hein!

Pilyw disse...

Pode deixar cara, e é bom que ainda existem jogadores que não vivem de cheats o/

E tb vale lembrar que temos que esperar a E3 para saber algo sobre o "Pokémon 2010"